Cerca de 3% dos recém-nascidos apresentam um orifício na região sacro-coccígea, a parte final da coluna vertebral. Quase sempre trata-se de um orifício que termina em fundo cego logo abaixo da pele e que não trás nenhum incomodo para o bebê. Como o aparecimento desse sinal está relacionado ao processo de fechamento da coluna, ele pode estar associado a má formações locais algumas das quais precisarão de tratamento cirúrgico para não comprometerem o desenvolvimento da criança.
Quando esse orifício for único, sem outras alterações da pele adjacente, menor que 0,5 cm e esteja a menos de 2,5 cm do ânus, não é necessária qualquer investigação. Nos demais casos, o ideal é fazer precocemente uma ultrassonografia da coluna lombo-sacra que é um procedimento simples, não invasivo e que pode afastar outros problemas. Quando a ultrassonografia estiver alterada ou for duvidosa, está indicada a realização da ressonância nuclear magnética apesar do inconveniente da necessidade de anestesia geral. Como o raio-X de coluna só consegue identificar os casos com alterações grosseiras e a tomografia computadorizada expõe a criança a uma dose excessiva de radiação, estes não são exames recomendados rotineiramente. As crianças que apresentarem qualquer alteração nesses exames precisarão ser avaliadas pela neurocirurgia.
Como existem outras patologias que se manifestam como orifícios próximos ao ânus, o acompanhamento com o pediatra é fundamental para um diagnóstico correto para se evitar que o bebê tenha qualquer problema no futuro.
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Referência
Wilson P, Hayes E, Barber A and Lohr J. Screening for Spinal Dysraphisms in Newborns With Sacral Dimples. Clin Pediatr (Phila) 2016 Oct;55(11):1064-70. doi: 10.1177/0009922816664061.